Sem telefone. Sem sms. Sem e-mail. Sem TV. Sem internet. Sem saída. Bem-vindo a Fênix: A Ilha. Na teoria, ela é um campo de treinamento para adolescentes problemáticos. Porém, os segredos da ilha e sua floresta são tão vastos quanto mortais. Carl Freeman sempre defendeu os excluídos e sempre enfrentou, com boa vontade, os valentões. Mas o que acontece quando você é o excluído e o poder está com aqueles que são perversos?
POR HANNAH SALES
Em Fênix A ilha nós conhecemos o Carl Freeman, um garoto que
responde com agressão física toda vez que recebe determinado estímulo, como em
um loop infinito, ele não consegue ver alguém indefeso sofrendo abusos e ficar
parado diante daquilo como a maioria, ele tem que entrar em ação, mas acaba
exagerando. Em dado momento as coisas ficam muita sérias para serem ignoradas e
enviam o Carl para numa ilha completamente isolada. E quem vai se importar com
o que acontece lá dentro? Isso mesmo, ninguém.
Por mais que as intenções sejam boas é certo fazer justiça com as próprias mãos? E se as autoridades assistem às injustiças e decidem ignorar? O que desencadeou esse comportamento condicionado no Carl? Essas foram perguntas que me perseguiram desde o começo do livro, a justiça com as próprias mãos é um dos assuntos abordados e o John Dixon conseguiu apresentar os prós e contras de uma forma muito legal.
POR HANNAH SALES
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![]() Edição: 1 Editora: Novo Conceito ISBN: 9788581633824 Ano: 2014 Páginas: 336 Tradutor: Camila Fernandes |
Por mais que as intenções sejam boas é certo fazer justiça com as próprias mãos? E se as autoridades assistem às injustiças e decidem ignorar? O que desencadeou esse comportamento condicionado no Carl? Essas foram perguntas que me perseguiram desde o começo do livro, a justiça com as próprias mãos é um dos assuntos abordados e o John Dixon conseguiu apresentar os prós e contras de uma forma muito legal.
Esse é um livro recheado de ação, sangue e pancadaria com
descrições de tirar o fôlego, afinal o autor já foi lutador de boxe, mas o que
eu achei importante é que ele não deixou que as cenas de luta dominassem o
livro, ele mesclou temas sociais ao o enredo de uma forma equilibrada, além
disso o personagem tinha a luta como uma forma de se descobrir e suas discussões
internas nesses momentos foram bem interessantes.
Uma coisa que eu não gosto é quando um personagem nº1 bate o olho
em um personagem nº2, sente uma atração e depois o nº2 se revela como sendo
tudo o que o nº1 sempre sonhou, por que não é assim na vida real, a Octavia
chama a atenção do Carl logo de primeira e depois ela se mostra a garota mais
ágil, corajosa, inteligente, confiável e fodona da equipe, acho isso forçado,
mas não é um defeito só de Fênix a Ilha, vejo isso na maioria dos romances. E
por falar em romance, ele é praticamente inexistente, garotos e garotas ficam
separados e estão todos sob supervisão constante, então os dois não tem tempo
para se conhecer, mas em determinados momentos do livro é como se fossem
namorados há anos, entendo que sob circunstâncias intensas -como estar preso em
uma ilha sem ninguém que se importe com você lá fora- os sentimentos ficam a
todo vapor, mas ainda assim ficou um pouquinho forçado.
O fato de os personagens não serem mimizentos contou como ponto
positivo, a situação não é nada boa, mas eles encaram da forma que podem.
O Carl é reservado e leal, confia nos próprios instintos e tem um
coração de ouro, torci muito por ele. Também quero declarar aqui o meu amor
pelos amigos dele, o Ross é uma graça e fazia piada até nos piores momentos,
foi o meu personagem preferido, e o Campbell é misterioso e calado, mas um
líder nato. Algo que me incomodou foi que a Octavia não tem amigas, o John
Dixon narra em terceira pessoa e alterna o foco entre o Carl e a Octavia, mas em
nenhum momento aparece alguma amiga dela, achei estranho.
O tema em evidência é "Valentões vs. Indefesos", mas
acho que isso ficou muito preto no branco e as pessoas de verdade não são
assim, ninguém é totalmente bom ou totalmente ruim, o autor deveria ter
mostrado algo bom naqueles que foram tidos como vilões por que eles ficaram
insanamente maldosos enquanto os mocinhos pareceram anjos imaculados e isso
deixou a coisa toda meio irreal.
Me surpreendi com esse livro, comecei a ler livre de expectativas
e amei! A leitura é altamente eletrizante, flui de forma muito ágil. As lutas
são incríveis! Sangue escorre, personagens morrem, recomendo pra todos que,
assim como eu, gostam de ação.
A diagramação ficou muito boa, o inicio de cada capítulo traz o
desenho de uma árvore e tem umas
folhagens nas pontas de todas as páginas que me fizeram entrar no clima da
ilha.