Battle Royale, por Koushun Takami - Globo Livros

42 alunos entram em um ônibus em direção a uma excursão escolar, pelo menos é isso o que eles pensam, não sabem que foram a turma sorteada para mais uma edição de um experimento doentio realizado pelo governo. Quando descobrem para quê estão ali a surpresa é grande, mas aos poucos a resistência dá lugar desconfiança e que comece a matança!

Edição: 1
Editora: Globo Livros
ISBN: 9788525056122
Ano: 2014
Páginas: 664
Tradutor: Jefferson José Teixeira

 O livro é marcado por sangue, olhos arrancados, sangue, facada, sangue, tiros trocados e... eu já mencionei sangue? Kousun Takami matou seus personagens sem dó, descreveu cada detalhe. É tudo muito intenso, afinal são 42 alunos e só um pode sobreviver, é morte atrás de morte, em outra palavras, você não ficará entediado.

No começo do jogo cada participante recebe um mapa da ilha dividida em quadrantes  no verso  da capa do livro vem anexo esse mesmo mapa pra a gente poder acompanhar qual quadrante foi proíbido, onde cada personagem está ou morreu o que torna a leitura muito mais dinâmica.

São muitos personagens e ainda assim o autor conseguiu delinear bem as caracteristicas de cada um, eu esperava um certo desleixo, mas encontrei personalidades bem construídas e com uma profundidade impressionante, outro obstáculo no desenvolvimento dos pergonagens seria o fato de que a narrativa começa quando eles estão no ônibus, ou seja, não conhecemos ninguém e não queremos ficar nos perguntando “Mas por quê Fulano de Tal fez isso?” durante o jogo, mas Koushun Takami novamente surpreendeu, ele foi nos mostrando pedaços do passado de alguns e começamos a entender determinadas atitudes, tudo foi super justificado e amarrado, adorei esse cuidado.

Nós conseguimos acompanhar o movimento por toda a ilha e para isso o autor usou a narrativa em terceira pessoa, ele nos deu uma visão bem diversificada dos acontecimentos, embora fique claro desde o começo quem são os personagens "principais", a escrita dele é muito fluída e me manteve interessada durante todos os capítulo, a única coisa que não me agradou foi o sarcasmo que em alguns partes ficou meio forçado.


 A construção dos acontecimentos é fantástica, os cenários são bem descritos, e principalmente, os questionamentos sociais, que estão presente em toda distopia, são o foco aqui, a matança explicita está lá, mas é só o plano de fundo pra algo maior e mais importante, o governo opressor é discutido a todo momento.

Os nomes dos personagens causaram uma bela de uma confusão na minha cabeça, não leio muito material japonês, na verdade, a única ficção ambientada no Japão que eu tinha lido antes dessa é a Saga Otori, então no começo foi um pouco complicado, mas a medida que uns foram descartados e outros ganharam mais destaque, eu consegui acompanhar com mais facilidade.

A minha coisa preferida sobre esse livro é a imprevisibilidade, as situações tomaram rumos que eu nunca imaginaria, e que final foi aquele? Melhor final de todos os tempos! Totalmente surpreendente e bem pensado, esse cara é um gênio.
Terminei a leitura me sentindo uma pessoa muito má, me diverti com mortes! Cheguei até a rir em algumas… Deus, me perdoa, por favor! Nem precisa dizer que essa leitura é mais do que obrigatória pra quem curte distopia, né?!


Ideval Junior

Capricorniano. Blgoueiro nos tempos livres. Adimirado pela sua Estante. 18 anos.

Mantenha-se Conectado ao Blog