Graffiti Moon por Cath Crowley - Valentina

"Uma aventura emocionante e perigosa como um grafite clandestino. Uma noite de arte e poesia, humor e autodescoberta, expectativa e risco e, quem sabe, amor verdadeiro. Um artista, uma sonhadora, uma noite, um significado. O que mais importa? O ano letivo acabou, aliás, o último ano do ensino médio. Lucy planejou a maneira perfeita de comemorar: essa noite, finalmente, ela encontrará o Sombra, o genial e misterioso grafiteiro, cujo fantástico trabalho se encontra espalhado por toda a cidade."

Edição: 1 Editora: Valentina ISBN: 9788565859226 Ano: 2014 Páginas: 240

Depois de tantos livros que continham como premissa ser livros delicados, poéticos, tocantes e quando era lido se mostrava mais um do mesmo, contive em ir sem ser levado por essa mostra que colocam nas capas e/ou contracapas. Li Graffiti Moon sem esperar nada de especial, li Graffiti Moon sem esperar nada tocante, poético artístico e visceral, como estava escrito na capa, mas nesse caminho que decidi trilhar sem esperar nada de tão magnífico eis que surge Graffiti Moon se mostrando que sim ele veio para cumprir o que a frase da sua capa prometia.

Cath Crowley, autora australiana, criou uma história cujo princípio não se mostrou nada demais, um romance de fim de colegial, que não deu certo, mas um continua pensando no outro. Mas o desfecho vai fazendo o leitor se conectar mais na história pintada e poeticamente construída de Ed e Lucy. 

Sombra é um misterioso grafiteiro noturno, se ele é mito ou verdadeiro ninguém sabe, mas ali está arte dele, em cada canto da cidade, pássaros, cortadores de gramas, objetos do cotidiano representados com a maior delicadeza que a arte pode proporcionar, e Lucy se deixa mergulhar em cada gota de tinta, se apaixonar a cada tom diferente das cores - era tarde demais Lucy se apaixonou pelo Sombra e lhe encontrar seria seu objetivo por agora.

Sombra e Poeta, fazem da noite sua tela de arte branca em tons escuros, os traços da menina que o Sombra pintava tinha semelhança com a Lucy, ela sabia, ela se apaixonava ainda mais. Dividido em dois narrados pela visão do Ed e da Lucy e capítulos curtos com poemas do Poeta, fazem de Graffiti Moon ser dinâmico e artístico, os poemas são bons, - alguns achei melhor do que os poemas do livro Métrica - mesmo sendo situações diferentes.

O mistério de saber quem é o Sombra, e o risco de saber que o Sombra pode estar onde ela menos espera faz o leitor  ser levado pelas páginas, ser pintado nas páginas e fazer daquela história o seu momento. O desenvolvimentos foi incrível, do começo que mostrava ser mais um do mesmo, no final se mostrou diferente, coloco as palavras que  introduziram o livro - Graffiti Moon é uma pintura. É arte, é visceral, é poético. - pode não ser tão visceral, mas suas páginas e sua escrita são pintadas com a melhor tinta e desenhada por um bom artista.

Ir ler um livro sem tantas expectativas tem seus pontos positivos, acabamos por nos surpreender. E até agora Graffiti Moon  foi a revelação do ano. Com poucas páginas a história consegue seguir um sentido mais direto, mas não tão rápido, mas somente com o necessário a ser escrito. A estratégia de mostrar um mesmo acontecimento com o olhar de Lucy e o olhar de Ed foi um grande risco, pois a história poderia se tornar repetitiva e com a sensação de que não iria andar nunca, mas isso não acontece, foi bem interessante ler o que cada um sentia e pensava em um mesmo momento. 

Os personagens secundários se destacam por diversas formas, apesar de não terem me conquistado. Nos diálogos senti falta de um pouco mais de maturidade, sendo que estavam terminando o ensino médio, achei a linguagem muito para começo do colegial.

A Valentina faz ótimos trabalhos com seus livros, e o cuidado é bem visto nos livros. Mas essa capa não me agradou tanto, acho que o tom opaco do fundo deixou a capa meio morta, sem vida, para algo tão artístico e que se baseia em pinturas. Mas a diagramação é muito bonita, bem relacionada ao tema do livro.