Por HANNAH SALES
Resenha por Hannah Sales Editora: Seguinte Tradutor: André Czarnobai |
O livro gira em torno de discussões e questionamentos a respeito do controle que as autoridades têm sobre as nossas vidas a todo tempo e sobre como mostrar o nosso ponto de vista diante de um sistema opressor.
Outro assunto tratado no livro é o domínio masculino em um relacionamento e na vida, de como é não saber até onde ir para não machucar a masculinidade de um cara. Algo que me agradou é que se não trata apenas de um romance adolescente, na verdade por mais que o lance entre o casal ocupe grande parte do enredo, ele é só um elemento que está lá servindo ao propósito final da autora, isso não é desculpa para ser descuidada e foi o que eu senti durante a leitura, tudo bem que o foco não é o romance, mas precisava ser tão entediante? O namorado da Frankie, Matthew, é o garoto perfeito, um veterano desejado por todas, que além de bonito e popular é bastante inteligente, ele é o editor do jornal da escola, mas é tão raso que logo perdi o interesse nele. Alguém que com certeza daria conta dessa posição de namorado da personagem principal, seria o Alfa, ele é o líder da sociedade secreta, divertido, intrigante e foi completamente desperdiçado, não recebeu o destaque que merecia.
Ainda falando sobre pontos que poderiam ter sido mais bem trabalhados na obra, a melhor amiga da personagem principal, Trish, foi a pior personagem do livro, ela não recebeu o mínimo de atenção por parte da autora, era simplesmente jogada no meio de uma situação quando a Frankie precisa dela para logo em seguida sumir no mundo. A própria Frankie poderia ter sido desenvolvida de forma mais completa, ela parece uma feminista radical em alguns momentos e uma retardada em outros, muito contraditório, mas o importante é que ela cresce de acordo com os acontecimentos, aprende com os erros e faz com que a gente se identifique em alguns momentos.
O enredo me lembrou daquele clichê em que a garota se transforma, chama a atenção do cara popular sem sal e no fim descobre que gosta mesmo é do melhor amigo super divertido que sempre esteve lá nos momentos difíceis, só que sem a parte do melhor amigo.. até por que na verdade ela não é apaixonada pelo cara, mas sim pela vida e o grupo de amigos que ele tem e que ela não pode ter só por ser uma garota.
Tudo foi muito bem fundamentado pela autora, ela conseguiu enriquecer a estória de uma maneira muito bonita de se ver, trouxe para o enredo fatos reais, pesquisas, filosofias, teorias conspiratórias, de uma forma natural e tão homogênea ao restante da narrativa que me deixou impressionada, de verdade. Me senti mais completa quando terminei a leitura, definitivamente acrescentou muito.
Aplaudo a E. Lockhart por ter abordado assuntos tão pesados de uma forma tão leve. A narrativa é em terceira pessoa e fui tão naturalmente que é impossível largar o livro, é simples, objetiva e descontraída. Uma ótima pedida para uma tarde tranquila.
A capa é apaixonante, captura bem o clima do livro. A fonte é excelente, tem um pequeno Basset muito fofo no inicio de cada capítulo e a revisão não deixou a desejar.