O Histórico Infame de Frankie Landau-Banks por E. Lockhart - Seguinte

"Aos catorze anos, Frankie Landau-Banks era uma garota comum, um pouco nerd, que frequentava a Alabaster, uma escola tradicional e altamente competitiva. Mas tudo muda durante as férias. Na volta às aulas para o segundo ano, o corpo de Frankie havia se desenvolvido, e ela havia adquirido muito mais atitude. Logo ela chama a atenção de Matthew Livingston, o cara mais popular do colégio, que se torna seu novo namorado e a apresenta ao seu círculo de amigos do último ano. Então Frankie descobre que Matthew faz parte de uma lendária sociedade secreta - a Leal Ordem dos Bassês -, que organiza traquinagens pela escola e não permite que garotas se juntem ao grupo. Mas Frankie não aceitará um "não" como resposta. Esperta, inteligente e calculista, ela dará um jeito de manipular a Leal Ordem e levantará questionamentos sobre gênero e poder, indivíduos e instituições. E ainda tentará descobrir se é possível se apaixonar sem perder a si mesma. "

Por HANNAH SALES


Resenha por Hannah Sales
Editora: Seguinte
Tradutor: André Czarnobai
O Histórico Infame conta a história de Frankie uma garota ambiciosa e decidida que não quer ser mais um corpinho bonito, quer ser admirada e receber reconhecimento, ela percebe que seria muito mais fácil ter tudo isso se fosse um garoto, o que não é justo, mas cruzar os braços não resolverá nada, então coloca a mão na massa. Essa é a jornada de uma menina que tem muito para dizer e está obcecada em provar o seu valor.

O livro gira em torno de discussões e questionamentos a respeito do controle que as autoridades têm sobre as nossas vidas a todo tempo e sobre como mostrar o nosso ponto de vista diante de um sistema opressor.

Outro assunto tratado no livro é o domínio masculino em um relacionamento e na vida, de como é não saber até onde ir para não machucar a masculinidade de um cara. Algo que me agradou é que se não trata apenas de um romance adolescente, na verdade por mais que o lance entre o casal ocupe grande parte do enredo, ele é só um elemento que está lá servindo ao propósito final da autora, isso não é desculpa para ser descuidada e foi o que eu senti durante a leitura, tudo bem que o foco não é o romance, mas precisava ser tão entediante? O namorado da Frankie, Matthew, é o garoto perfeito, um veterano desejado por todas, que além de bonito e popular é bastante inteligente, ele é o editor do jornal da escola, mas é tão raso que logo perdi o interesse nele. Alguém que com certeza daria conta dessa posição de namorado da personagem principal, seria o Alfa, ele é o líder da sociedade secreta, divertido, intrigante e foi completamente desperdiçado, não recebeu o destaque que merecia.

Ainda falando sobre pontos que poderiam ter sido mais bem trabalhados na obra, a melhor amiga da personagem principal, Trish, foi a pior personagem do livro, ela não recebeu o mínimo de atenção por parte da autora, era simplesmente jogada no meio de uma situação quando a Frankie precisa dela para logo em seguida sumir no mundo. A própria Frankie poderia ter sido desenvolvida de forma mais completa, ela parece uma feminista radical em alguns momentos e uma retardada em outros, muito contraditório, mas o importante é que ela cresce de acordo com os acontecimentos, aprende com os erros e faz com que a gente se identifique em alguns momentos.

O enredo me lembrou daquele clichê em que a garota se transforma, chama a atenção do cara popular sem sal e no fim descobre que gosta mesmo é do melhor amigo super divertido que sempre esteve lá nos momentos difíceis, só que sem a parte do melhor amigo.. até por que na verdade ela não é apaixonada pelo cara, mas sim pela vida e o grupo de amigos que ele tem e que ela não pode ter só por ser uma garota. 

Tudo foi muito bem fundamentado pela autora, ela conseguiu enriquecer a estória de uma maneira muito bonita de se ver, trouxe para o enredo fatos reais, pesquisas, filosofias, teorias conspiratórias, de uma forma natural e tão homogênea ao restante da narrativa que me deixou impressionada, de verdade. Me senti mais completa quando terminei a leitura, definitivamente acrescentou muito. 

Aplaudo a E. Lockhart por ter abordado assuntos tão pesados de uma forma tão leve. A narrativa é em terceira pessoa e fui tão naturalmente que é impossível largar o livro, é simples, objetiva e descontraída. Uma ótima pedida para uma tarde tranquila. 

A capa é apaixonante, captura bem o clima do livro. A fonte é excelente, tem um pequeno Basset muito fofo no inicio de cada capítulo e a revisão não deixou a desejar.

Ideval Junior

Capricorniano. Blgoueiro nos tempos livres. Adimirado pela sua Estante. 18 anos.

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