Garotos Corvos por Maggie Stiefvater - Resenha Verus

Por HANNAH.

Os Garotos Corvos é um livro sobre cinco adolescentes em uma caçada, eles procuram pela linha ley e um rei galês adormecido, Owen Glendower, todo o interesse parte do Gansey que acha que o propósito de sua existência é encontrar essas linhas de energia e despertar o rei, a principio os amigos estão nessa só para acompanhar, mas no decorrer da estória cada um deles de vê ligados a isto de forma irremediável.

Blue é uma garota excêntrica, inteligente e decidida que cresceu em meio a coisas bizarras como previsões do futuro e leituras de cartas, é a única na família que não é médium, o seu dom sobrenatural é intensificar os dos outros. Ela odeia os garotos da Anglionby, mas é óbvio que acaba cedendo para esse quarteto. Quarteto este formado por Ronan- o típico garoto problemático, agressivo e de mal com a vida-, Adam -bolsista, orgulhoso e sensível-, Noah -discreto e misterioso - e por fim 

Gansey que é o líder e o elo que os liga, um garoto rico que não tem noção de como o que ele fala pode afetar as pessoas com menos grana, como o Adam e a Blue, mas que apesar de tudo, se preocupa muito com os amigos e está sempre disposto a ajudar. 

A narrativa é em primeira pessoa sendo que a autora revesa os capítulos entre Blue, Gansey e Adam. Cada personagem é muito bem caracterizado e se destaca de uma forma especial, eles nos presenteiam com diálogos naturais e fluidos, mesmo com todo o perigo que cerca os acontecimentos é impossível não se sentir atraído. Algo que ajudou a trazer credibilidade para o livro foi que cada personagem tinha algo acontecendo com ele, paralelo a estória principal, coisas que os fizeram crescer e justificaram cada decisão por eles tomada no decorrer do livro.

A autora me surpreendeu positivamente com a construção da mitologia que serviu de base, é muito interessante, inovadora e bem amarrada. Tem uma vibe sombria que te deixa com a respiração suspensa por alguns segundos e ansioso pela próxima página e algo que definitivamente contribuiu para isso foi a descrição na medida certa dos cenários que são sinistros e assustadores. Maggie Stiefvater nos guia durante essa aventura de forma muito singular, a estória se desenvolve num ritmo tranquilo, sem atropelar, mas também sem dar voltas.

Esse livro é tão diferente de tudo o que eu já li, é tão exótico, místico, louco, apaixonante, underground. Essa pode parecer uma comparação esquisita, mas durante a leitura eu me senti como se estivesse ouvindo a toda estória sendo contada através de uma canção folclórica, com uma gaita-de-fole no fundo, haha. 

A minha única ressalva é em relação a algumas partes que podem soar entediantes, embora esse não tenha sido o meu caso, já ouvi gente falando que enquanto a coisa não pegou fogo o interesse pela leitura era mínimo.Quero a continuação pra ontem! A Verus já anunciou que será lançada no segundo semestre desse ano, mal posso esperar.

P.S. A capa é linda, a edição me agradou, fonte confortável, símbolo importante da trama no começo de cada capítulo e revisão ok.