"E nem a tiração de sarro dos amigos e a desaprovação da família impede que Eleanor e Park se apaixonem, ao som de The Cure e Smiths. Esta é uma história sobre o primeiro amor, sobre como ele é invariavelmente intenso e quase sempre fadado a quebrar corações. Um amor que faz você se sentir desesperado e esperançoso ao mesmo tempo."
POR HANNAH SALES
Edição: 1 Editora: Novo Século ISBN: 9788542801255 Ano: 2014 Páginas: 328 Tradutor: Caio Pereira |
Muita coisa triste já aconteceu na vida da Eleanor antes do
ponto em que o livro começa, ela vai nos
contando aos poucos o que precisamos saber e é de partir o coração, mas não me
fez sentir pena, só orgulho de ver como ela não se deixou abater, ela me
lembrou um pouco a Rae de My Mad Fat Diary, por que apesar de ser insegura com
o corpo e sofrer bullying, ela é engraçada, tem uma linda luz própria, é forte
e se destaca, a autora foi genial na construção
dessa personagem, cada instante que descobrimos algo novo sobre ela é
maravilhoso.
O Park, no princípio, sente vergonha de andar com a Eleanor,
ela é uma ruivona nada discreta e ele é um mestiço de descendência oriental,
totalmente discreto, só que ele não esperava virar um bobo apaixonado e sentir
a necessidade de estar ao lado dela 24 horas por dia. O Park é carinhoso,
compreensivo, é o pilar da relação e é lindo vê-lo dando forças para a nossa
ruiva fantástica quando ela precisa, eles passam a maior parte do tempo na casa
dele, que meio que se torna um refúgio para a Eleanor. É um personagem marcante
e bem construído, possui várias facetas, a autora me deixou apaixonada pelo Park,
ele não é o cara perfeito, mas é incrível.
Os personagens secundários foram explorados na medida certa e
tiveram suas características bem trabalhadas, mesmo os com pouco destaque,
parabéns Rainbow Rowell!
A estória evolui de forma natural, nada forçada como costuma
acontecer em boa parte dos romances adolescentes, o relacionamento deles cresce
de maneira gradual, real e credível. Começa com hostilidade, depois por culpa o
Park presta atenção no que ela gosta e começa a levar HQs para a Eleanor todos
os dias, mas ainda sem trocarem palavras, as poucos eles começam a conversar
sobre os HQs e músicas, mas ainda é aquela conversa tímida e retraída, sabe? E
vai se intensificando com o tempo, como tem que ser. É delicioso, delicado,
leve e regado de música.
O livro trata de assuntos sérios, como abusos,
alcoolismo, bullying, abandono, pressão, mas a autora coloca tudo isso dentro
de um contexto plausível e tudo soa verdadeiro, principalmente o final. Com
esses elementos o texto poderia ter se tornado extremamente dramático e pesado
mas a autora foi sutil e elegante tanto nas afirmações, quanto nas insinuações.
A narrativa é em terceira pessoa, os capítulos são intercalados
entre a Eleanor e o Park variando bastante de tamanho, o que eu achei ótimo,
mas a narrativa foi meio impessoal, às
vezes eu sentia a necessidade de ir mais fundo na mente do personagem, por que
alguns momentos são tão fortes e profundos que a abordagem que a autora
escolheu não foi o suficiente pra mostrar como os personagens se sentiam.
Não consegui soltar o livro, só parei nas últimas páginas por
que queria que não acabasse nunca, adiei, mas foi inevitável... Pra mim foi uma
das melhores leituras do ano, até agora. Lindo, lindo, lindo!
A capa é encantadora
e combina perfeitamente com a estória, a parte interior da capa é linda, o
resto é simples, sem firulas, fonte e espaçamento confortáveis.