Resenha: Alma?, de Gail Carriger


A Editora Valentina trouxe ao Brasil uma das séries onde os leitores brasileiros já tinham perdido as esperanças de lerem em português. Muito cultuada no exterior a série 'O Protetorado da Sombrinha' conquistou muitos leitores com sua protagonista Alexia, e pretende conquistar muito mais em sua continuação.

Ambientado em Londres na época vitoriana, em meio a chá da tarde, bailes da alta sociedade, saias cônicas e com excesso de anáguas, Alexia se destaca sobre a população londrina. Com sua fala ácida, seu humor amargo, e sua ironia feroz, Alexia logo mostra seu poder sobrenatural, ela não tem Alma, também conhecida como preternatural. Se não bastasse ser sem Alma, ela tem 26 anos e está solteirona, alguns dizem que ela ficará para titia. E só para completar foi atacada de surpresa por um vampiro que com toda a certeza do mundo não tinha nenhuma noção de etiqueta e educação. Por acidente Alexia acabou o matando e envolvendo o DAS (Departamento de Arquivos Sobrenaturais), que cuida de assuntos sobrenaturais colocando tudo em ordem os assuntos relacionado a seres sobrenaturais. Alexia acaba por se envolver nas investigações junto com os responsáveis do DAS, o professor Lyall e o sedutor Lorde Maccon, um pouco temperamental, desorganizado e lobisomem.

Não quero morrer. Ainda nem cheguei a brigar com Lorde Maccon por seu comportamento crasso no nosso último encontro.  - Alexia Tarabotti. 

No centro de todo esse suspense Alexia acaba por se tornar o alvo de suspeita, e desperta curiosidade te todas as classes sobrenaturais(vampiros, lobisomens etc.), além disso sua vida social se torna ainda mais conturbada, piorando com a chegada de um tal lobisomem sedutor.

Gail Carriger - pseudônimo de Tofa Borregaard - faz um mix de referência em Alma?, reuni vampiros, com lobisomens, fantasmas, ficção científica, steampunk e em meio dessa salada de frutas a autora consegue ligar tudo sem se perder no meio da trama. E trama construída com base em detalhes, que em certas partes do livro acabam por atrapalhar uma cena muito envolvente, ou tensa e autora interrompe essa cena para descrever cenários, ou um personagem, tirando aquela tensão causada no leitor.

É impossível não se apaixonar por Alexia, com seu jeito ácido de ser ela acaba por nos conquistar desde a primeira página, sempre me via rindo com os diálogos bem-humorados e irônicos. E Alexia é uma personagem feminina forte e decidida, não encontrava personagens femininas assim há muito tempo, a ultima deve ter sido Katniss.

Com uma narrativa que no começo flui devagar, mas evolui rapidamente, essa narrativa se mostra madura e não melosa no romance, e sem tirar o foco de outros temas que o livro aborda. Constituído por 15 longos capítulos que torna a leitura um pouco cansativa, mas nada que interfira na ótima  construção de seus personagens e seus cenários.

Apesar dos capítulos longos e das excessivas descrições, Gail possui uma ótima escrita, o que torna esse livro uma bela obra, podemos perceber os detalhes que a autora pensou na construção da trama, tentando tornar a sua história  mais sólida possível. A autora conseguiu criar um gênero novo, um humor sexy. 

Estou ansioso pela continuação, não tanto como muitos leitores que já se tronaram fãs da série, mas quero voltar a ler os comentário bem-humoradas e levemente ácidos de Alexia Tarabotti, que dizem que fica bem melhor no segundo livro.

"Quem quer que ouvisse aqueles uivos tremeria de medo, independente de ser vampiro, fantasma, humano ou animal. Algo que, no final das contas, não importava muito, pois qualquer lobisomem liberado das correntes matava de forma indiscriminada. Na noite de lua cheia, a lua sangrenta, não se tratava de escolha nem de necessidade. Apenas acontecia”. (pág. 208).Alma?

Ideval Junior

Capricorniano. Blgoueiro nos tempos livres. Adimirado pela sua Estante. 18 anos.

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