Título: Acqua Toffana
Autor: Patrícia Melo
Editora: Rocco
Número de Páginas: 150
ISBN: 978-85-325-2491-1
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Acqua
Toffana é o romance de estreia de Patrícia Melo, e que estreia. O título um
tanto quanto sugestivo, acqua toffana é um veneno da Renascença, mata a pessoa
em dois anos. O livro desenvolve-se em cima de duas histórias que,
aparentemente, são distintas.
“Ciúme e ódio, lado a lado, em narrativas onde o sexo surge como o poderoso elo entre o assassino e sua vítima. Um elemento intrínseco ao desejo de matar.” (Fragmento da sinopse.)
Na
primeira há um caso de ciúme e loucura. Uma mulher tenta a todo momento provar
a culpa de seu marido em assassinatos em série, mas, desde o início, é
percebido a insensatez por parte dela.
“No Brasil, um crime só merece atenção se for uma obra de arte. Queremos os canibais, os perversos, os hiperviolentos, os científicos. Queremos os melhores.” (P. 35)
Na
segunda história aparece a figura de um homem correto, segundo os padrões atuais,
um escriturário extremamente metódico e pontual, toda a sua vida segue uma
rígida regra de horários e manias. Porém aparece na sua vida uma vizinha que o
transforma totalmente, cresce um ódio dentro dele, toda a sua rotina é desajustada
por causa dela e um plano para matá-la.
“Passei mal, fui ao banheiro e vomitei. Então é isso, pensei. Eu não quero matar ninguém. Apenas estou mal do estômago.” (P. 85)
A narrativa do livro é rápida, frases curtas;
todo em primeira pessoa, por muito se fica perdido na história. Falas
confundem-se com os pensamentos, a loucura fica estampada não só nas falas ou
pensamentos das personagens, mas nas páginas, na estrutura do livro, é
incrivelmente bem trabalhado. Muitos comparam Patrícia a Rubem Fonseca, uma parvoíce,
são dois ótimos escritores do gênero, cada qual com a sua particularidade.
O
título do livro não foi ao acaso, pois os crimes do livro são cometidos de
forma rasteira, ou seja, ninguém sabe quem cometeu e por que motivo; lembrando
o veneno, morte lenta, praticamente natural. Patrícia estreou com muito glamour
(temperado a sangue, lógico).
Daniel Corbetta