Diretor: Richard LaGravenese
Elenco: Pat Carroll, Patrick Dempsey, Jason Finn, Scott Glenn, David Goldsmith, Kristin Herrera, Blake Hightower, John Benjamin Hickey, Will Morales, Anh Tuan Nguyen, Vanetta Smith, Imelda Staunton, Hilary Swank, Deance Wyatt.
Produção: Danny DeVito, Michael Shamberg, Stacey Sher
Roteiro: Richard LaGravenese
Fotografia: Jim Denault
Duração: 123 min.
Ano: 2007
País: EUA
Gênero: Drama
"Quando eu ajudo os garotos a entender
suas vidas, tudo na minha vida começa a fazer sentido para mim".
Quando alguém é treinado para ser um futuro
educador, teorias didáticas e planejamento de aula são apenas duas das várias
coisas que se escuta. No entanto, à medida que a teoria inunda a mente do
docente com ideias interessantes, experimentar a realidade na prática mostra os
furos e os defeitos da instituição educacional, provando não somente que a
fundamentação teórica é algo que merece ser revisto, mas também que o professor
precisa ser dotado de criatividade e bastante força de vontade para conseguir manter
um ensino de qualidade.
Infelizmente, algumas pessoas ainda necessitam
saber que a base de uma nação é consolidada por meio da educação. E, sendo a
educação o pilar que sustenta a sociedade, nada mais justo buscar melhorias que
facilitem o aprendizado dentro do âmbito escolar, pois, para muitos
professores, ir para sala de aula é a mesma coisa que adentrar em uma
trincheira, carregar seu fuzil, e apontar para a opção menos intolerável. E
acredite, essa batalha é muito cansativa.
Escritores da Liberdade é um filme baseado
em fatos reais que mostra as dificuldades de uma professora ao ingressar em uma
escola pública, a qual possui uma estrutura precária e um corpo docente que não
acredita no potencial dos próprios alunos, ignorando totalmente a hipótese de
que um dia possam progredir na vida.
Erin Gruwell (Hilary Swank) é uma
professora iniciante que preza pelos valores éticos de sua profissão. Ela leva
muito a sério seu papel como educadora, sua função de transmitir conhecimento
aos que precisam, e encontra barreiras para cumprir seu objetivo na antipatia
da administração da escola e no desinteresse e rebeldia dos alunos. Logo ela
percebe que, para fazer com que seus alunos - em sua grande maioria vítimas da
violência do mundo - ganhem a esperança de um futuro melhor, é necessário
fazê-los acreditar em si mesmos e na ideia de que a educação é a porta para a
salvação.
Surpreendendo a escola, a senhora Gruwell
consegue unir as pequenas facções de sua turma. E ela não para por aí:
contrariando as regras da coordenação, passa a ministrar aulas de literatura
com livros de qualidade e consegue realizar passeios para comunidades externas.
E como se não bastasse, no intuito de despertar neles o hábito da escrita,
compra diários para que cada um conte um pouco de sua vida, sonhos e medos,
angústias e sofrimentos.
O longa foi escrito e dirigido por Richard
LaGravenese, tendo como base a obra O Diário dos Escritores da Liberdade, lançada
em 1999 e que contém os depoimentos verídicos dos alunos da sala 203. Tais relatos
tornam o filme impactante e emocionante, demonstrando o tamanho dos sacrifícios
que a professora Gruwell teve de fazer para garantir o bom desempenho de sua
turma, sempre lutando contra as falhas do ensino.
Talvez a realidade que Escritores da Liberdade
expõe, a qual temos uma docente preocupada com a educação de seus alunos,
transgredindo as normas da escola e não tendo o apoio merecido, ainda esteja
longe de acontecer. Embora seja raro encontrar professores dispostos a
modificar a precariedade na educação, independentemente do salário oferecido,
apenas o fato de quererem isso é algo digno de premiação. E é importante
aclarar que não me refiro a medalhas de ouro ou presentes caros; para um bom e
querido professor, às vezes um simples obrigado já é o suficiente.
"Por que me importar em ir para escola e
tirar boas notas se sou um sem-teto? Um ônibus para em frente à escola e eu
tenho vontade de vomitar. Estou usando as roupas do ano passado, os mesmos
tênis velhos e o mesmo penteado. Eu fiquei achando que iriam rir de mim. Em vez
disso, alguns amigos da minha turma do ano passado vieram falar comigo. Aí eu
percebo que a senhora Gruwell, minha professora de inglês maluca do ano
passado, é a única pessoa que me fez ter esperanças. Falando com meus amigos sobre
as aulas do ano passado e os passeios, comecei a me sentir melhor. Eu recebo
meu horário e a primeira professora é a senhora Gruwell, na 203. Eu entro na
sala e sinto como se todos os problemas da vida não fossem tão importantes.
Estou em casa".