Olá, leitores! Venho com mais uma singela análise de um livro que li recentemente e que é simplesmente espetacular.
O livro se chama Fios de Prata: Reconstruindo Sandman, de Raphael Draccon, o mesmo autor de Dragões de Éter. Uma obra de fantasia que, segundo a própria sinopse, é uma declaração de amor à literatura fantástica e ao melhor dos sonhos humanos.
Fui à Bienal do Livro de São Paulo nesse ano e lá pude ver o lançamento desse livro, assim como conhecer o escritor, Raphael - que é uma pessoa simpática por demais - e ganhar um autógrafo e uma foto com ele. Foi muito bom e eu estava muito afim de ler o livro logo depois de comprar, mas não foi bem assim. Nem lembro o porquê.
Mas sei que agora terminei e posso lhes dizer que Draccon seguiu o termo Literatura Fantástica no melhor sentido da palavra.
O livro retrata a saga de um humano disposto a ir ao pior círculo do inferno salvar a alma da mulher amada, em meio a uma guerra de proporções divinas que envolve os sonhos de todos os sonhadores do orbe terrestre. Segue a sinopse da contra-capa:
Só de ler a sinopse, pelo menos pra mim, já dá pra ter a impressão de que a história tem um grande enredo, com situações extremas e consequências que afetariam toda a história. E posso dizer que não fiquei decepcionado nesse ponto.
A história se divide entre Mikael, um muito bem sucedido jogador de futebol, que se dispõe a ir até o inferno para resgatar Ariana, sua amada, cuja alma foi roubada por fazer parte de jogadas ambiciosas entre deuses - deuses esses que escolhem a alma de Mikael como a peça principal de um quebra-cabeça numa disputa onírica - e a guerra entre alguns dos maiores deuses do Sonhar, que causa grandes impactos no mundo e nos sonhos dos terrestres.
A história flui bem e é bem atraente para fãs de Fantasia. Até mesmo o romance da trama não é forçado e a relação dos dois chega a ser comovente. Os personagens são bem estruturados - com destaque para os sotaques e estilos linguísticos característicos de cada um - e originais.
Um ponto que peca, entretanto, são os personagens que surgem do nada e adquirem uma grande importância na história. Pra mim, se o autor não souber aproveitar e explicar o súbito destaque para alguns dos personagens, uma parte da história está comprometida. Porém, Raphael Draccon dá um jeito de tornar a história envolvente o suficiente para não nos importarmos com esses detalhes quase insignificantes.
E destaque para a capa, que eu acho maravilhosa. É daquelas que dá pra ficar olhando por um bom tempo. Foi desenhada por Kentaro Kanamoto, o mesmo que desenhou a capa de Ruas Estranhas.
Além de ter uma ótima história, personagens marcantes e referências a obras, músicas e acontecimentos históricos de conhecimento geral, esse livro traz boas lições que fazem a melhor coisa que uma obra pode fazer com um leitor: elas nos fazem pensar.
Há séculos, Madelein, atual madrinha das nove filhas de Zeus elevadas à categoria de Musas, tornou-se senhora de um condado no Sonhar, responsável por estimular os sonhos despertos dos mortais. Uma jogada ambiciosa, porém, para ascender de posição, acaba por iniciar uma guerra épica envolvendo os três deuses, Morpheus, Phantasos e Phobetor, trazendo desordem a todo o planeta Terra.
Envolvido em sonhos lúcidos e viagens astrais perigosas, a busca de um sonhador pelo espírito de sua mulher no Inferno, entretanto, torna-se peça fundamental para resgatar elementos destruídos em uma guerra envolvendo manipulações oníricas, sonhos partidos, jornadas espirituais e o destino de mais de sete bilhões de sonhadores terrestres.
Só de ler a sinopse, pelo menos pra mim, já dá pra ter a impressão de que a história tem um grande enredo, com situações extremas e consequências que afetariam toda a história. E posso dizer que não fiquei decepcionado nesse ponto.
A história se divide entre Mikael, um muito bem sucedido jogador de futebol, que se dispõe a ir até o inferno para resgatar Ariana, sua amada, cuja alma foi roubada por fazer parte de jogadas ambiciosas entre deuses - deuses esses que escolhem a alma de Mikael como a peça principal de um quebra-cabeça numa disputa onírica - e a guerra entre alguns dos maiores deuses do Sonhar, que causa grandes impactos no mundo e nos sonhos dos terrestres.
A história flui bem e é bem atraente para fãs de Fantasia. Até mesmo o romance da trama não é forçado e a relação dos dois chega a ser comovente. Os personagens são bem estruturados - com destaque para os sotaques e estilos linguísticos característicos de cada um - e originais.
Um ponto que peca, entretanto, são os personagens que surgem do nada e adquirem uma grande importância na história. Pra mim, se o autor não souber aproveitar e explicar o súbito destaque para alguns dos personagens, uma parte da história está comprometida. Porém, Raphael Draccon dá um jeito de tornar a história envolvente o suficiente para não nos importarmos com esses detalhes quase insignificantes.
"Acaso sabes como calar a voz de um demônio em uma batalha? Diga a ele: eu sou a esperança."
E destaque para a capa, que eu acho maravilhosa. É daquelas que dá pra ficar olhando por um bom tempo. Foi desenhada por Kentaro Kanamoto, o mesmo que desenhou a capa de Ruas Estranhas.
Além de ter uma ótima história, personagens marcantes e referências a obras, músicas e acontecimentos históricos de conhecimento geral, esse livro traz boas lições que fazem a melhor coisa que uma obra pode fazer com um leitor: elas nos fazem pensar.
"Tu inspiraste Rowling, e foi nas terras de Morpheus que se moldou Hogwarts. Tu inspiraste Tolkien, e foi nas terras de Phantasos que se anexaram as extensões de Terra-Média. Tu inspiraste Lovecraft, e em minhas terras se fixou Miskatonic. Então eu te pergunto com sinceridade, anjo: até onde vai tua vontade de ser coadjuvante em um mundo de formas e pensamentos?"Em suma, na minha opinião, um livro que todos devem ler. Leitores de Fantasia ou não.
