|Resenha| A Culpa é das Estrelas - John Green



Título: A Culpa é das Estrelas
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Número de Páginas: 288
ISBN9788580572261
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Às vezes é bem ruim ser um devorador de livros, sabe? Volta e meia a suas costas estão doendo por causa das posições sobrenaturais a que você se submete, mais do que frequentemente seus amigos — se ainda existirem — te xingam porque você deixou de sair com eles para ler mais um capítulo daquele tal livro e, principal e mais terrivelmente, você não faz ideia do livro que irá resenhar na próxima quinzena. Pelo menos é assim que eu vejo as coisas.

Então hoje, quando acordei e prometi para mim mesmo que este seria o dia que uma nova resenha iria sair, logo fui assolado pelo espírito maléfico e traiçoeiro da Indecisão. E — devo admitir — já estava prestes a desistir quando, durante a minha hibernação na internet, de repente vi isso:



90% (256 de 283)"Chorando desesperadamente"




E então o mundo encontrou seu equilíbrio, eu vi a luz, e os anjos cantaram Bohemian Rhapsody (oi?). Eu havia decidido o livro a ser resenhado!!

“Mas what-the-fuck é aquela frase ali?”, talvez você se pergunte, meu caro leitor. É uma pergunta muito interessante, eu diria. Aquilo, meu caro alguma-coisa, é o comentário de alguém no Skoob que está no final de “A Culpa é das Estrelas.” Pois sim.

Não sei, não sei. Me pareceu um bom presságio. Se algo faz alguém entrar em desidratação via lágrimas, merece ser resenhado, certo? Então, lá vai a sinopse boladona:

Em A Culpa é das Estrelas, Hazel é uma paciente terminal de 16 anos que tem câncer desde os 13. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante — o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos —, o último capítulo de sua história foi escrito no momento do diagnóstico. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas.

É uma sinopse horrivelmente fraca, eu diria. Eu realmente não o compraria se este fosse o meu único ponto de referência. Faz parecer que é uma releitura de “Um amor para recordar” e me deixa fazendo caretas só de pensar na overdose de versículos da bíblia que vão acabar por aparecer por lá. Principalmente, é ruim por esconder o melhor de todo o livro: É UM LIVRO SOBRE UM LIVRO! E eu já disse antes que estes são, de longe, os melhores.

Hazel, assim como eu — e provavelmente você — é uma devoradora de livros, embora tenha essa tendência a reler zilhões de vezes o livro de título Uma aflição imperial (que, aflituosamente, é somente fictício), que conta a história de uma garota com câncer — assim como a própria Hazel. Parece meio... fossa, né? Mas, assim, nem é que Hazel ache o livro INCRIVELMENTE bom, nem nada, mas é que ela sente como se o autor (que esqueci o nome cof cof) é o único que pudesse realmente entendê-la, a ponto de achar que o livro é dela e somente dela, saca? A ponto de não querer recomendá-lo a ninguém, só de ciúme. Mas acaba recomendando, quase sem querer, para o bonito garoto que apareceu de repente na reunião brutalmente entediante do Grupo de Apoio (pessoas com câncer para todo lado!).

Em troca, o garoto (Augustus Walters), que é um sobrevivente de câncer, indica a ela um livro baseado numa série de vídeo games! — que também não existe. Aliás, quase nada existe realmente ali. John Green é cruel nesse aspecto. Nos deixa com vontade de ler livros e ouvir bandas, e então descobrimos que é tudo ficção! — E é nesse ponto que eu realmente gosto do Gus, entende? Porque sim, ele é o galã carimbado de livros de garotinhas, mas ele é um cara de verdade, sabe? Tem suas frases românticas volta e meia e bla blá, mas não sabe uma sedutora segunda língua, ou é um gentleman, não, ele é um terrível motorista e se amarra em jogar vídeo games. Também tem um segredo... mas shiu!

Voltando ao Aflição Imperial (o nome do autor é Peter Van Houten, fui ver no Google), Gus acaba se tornando um fanboy do livro, e fica revoltado com o final. Não é para menos, o livro acaba bem no meio de uma frase, assim, do nada. Uma revolta já há muito conhecida por Hazel. E então, podemos dizer que essa revolta conjunta acaba por aproximar os dois (mais do que a doença propriamente dita).

E é isso que A Culpa é das Estrelas vem nos doar. Uma história da aventura de dois jovens atrás do final não contado de um livro, o amor que nasce no decorrer disso (ou talvez mesmo antes), pitadas de um belo cenário com direito a Amsterdã e a batalha cruel contra o câncer, que desde o início fica claro que será perdida, mas você alimenta esperanças mesmo assim.

De uma forma ou de outra, como Hazel diz, alguns infinitos são maiores que outros. E acompanhar o seu infinito é nada menos que uma honra.

Esse livro me fez rir muito, mas devo dizer, que ao contrário da garota desesperada do começo da resenha, ele não me fez chorar. Certo, em alguns momentos, de repente as páginas ficavam meio embaçadas, não sei o que acontece. Não sei mesmo. Acho que é porque eu li todo o livro em um dia, sem parar. Minha vista deve ter ficado cansada...

Personagens reais, carismáticos, completamente empáticos e devoradores de livros. Uma história de amor infinita com um final previamente definido. Romântico sem forçar a barra. Trágico sem ser apelão. E a sensação de que, assim como Hazel diz de seu autor favorito, eu poderia ler até mesmo a lista de compras do John Green.




Mas ok, agora vou dizer a coisa mais importante de toda resenha: eu acho que....


Claudio Pereira
Claudio PereiraClaudio Pereira, vulgo Diio, tem 20 anos e se assusta ao escrever isso. Já foi CDF e nerd. Hoje é só nerd. É estudante de Administração e sonha em ser escritor, mas ainda não sabe disso. É o mais indeciso dos indecisos e sempre precisa adiantar seu relógio em 30 minutos para não chegar atrasado aonde quer que vá.

Ideval Junior

Capricorniano. Blgoueiro nos tempos livres. Adimirado pela sua Estante. 18 anos.

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