Resenha: Sementes no Gelo - André Vianco

Autor: André Vianco
Número de páginas: 174
Editora: Novo Século


Neste novo romance, André Vianco volta a explorar o sobrenatural. Em "Sementes no Gelo", o leitor ingressa no mundo de espíritos atormentados, impedidos de reencarnar. Muitos se enraivecem e lançam sua fúria sobre todos que lhe chamam atenção e interpõe seus caminhos.
Um detetive, por acaso, desvenda os mistérios em torno desses espíritos, tornando-se o inimigo número um das perigosas entidades.



Depois de ter meu último post magicamente apagado, estou de volta para escrever pra vocês. Dessa vez, o livro é bem curto e simples: Sementes no Gelo, de André Vianco.

Eu já resenhei um outro livro do autor aqui no blog, Os Sete, mas acredito que grande maioria já tenha ouvido falar do estilo literário de Vianco: assustador, penetrante e incrivelmente cativante.

Sei que esse gênero não agrada a muitos leitores. Também não me agradava, até eu começar a ler Sementes no Gelo.

O livro trata basicamente de um detetive que começa a investigar estranhos assassinatos ocorridos em Osasco, São Paulo. Porém, conforme vai se aprofundando em suas investigações, ele começa a notar que a cidade não está lidando com um assassino normal. Parece que, quer eles acreditem ou não, um fenômeno sobrenatural está tomando conta da cidade.

No primeiro capítulo é mostrada a cena de uma delegacia, onde um assassino e sequestrador de crianças foi preso e uma multidão protesta na porta do lugar. Durante o protesto, o guarda que estava de vigia avista três crianças na multidão. O homem achou que iam beber água e ir embora, mas elas passaram pelo bebedouro e se dirigiram até as celas. O vigia chama as crianças, mas elas não escutam. Ele fica chocado quando percebe que elas passaram pelas portas de segurança, todas elas trancadas. Antes de conseguir abrir todas e entrar na área das celas, ele escuta os gritos do assassino de crianças, junto com as fortes pancadas e barulhos que sugeriam que seu corpo era jogado de um lado para o outro dentro da cela. Quando finalmente consegue abrir a porta da cela (uma grande chapa de ferro que tornava impossível a entrada), tudo o que está lá é o corpo inerte do criminoso, com sinais de assassinato brutal pelo corpo. E, claro, nenhum sinal das crianças.



Damião estava morto. Uma generosa poça de sangue formara-se junto a sua cabeça. Onde estaria o assassino? Márcio apontou a arma para o teto. Não havia passagem alguma por ali. No teto, só uma lâmpada queimada pendia. Ninguém se mata jogando a cabeça contra uma porta. Ninguém.

A partir daí uma simples trama começa a tomar forma, abordando assuntos como estupro, assassinato, aborto e vários outros, com aquelas características clássicas do estilo de André Vianco.

Mas quem espera um livro marcante, pare por aqui. A história é interessante, mas não é nada que impressione ou assuste demais. O melhor mesmo é a narrativa do autor e o intrigante mistério por trás dos assassinatos. É um bom livro, sim, mas Vianco já escreveu melhores.

Um grito de criança invadiu o apartamento.
Tânio sentiu o corpo estremecer. Aquele grito infantil invadira a sala e o pegara de surpresa. Levantou-se com um salto felino, colocando-se de prontidão. Apurou os ouvidos. Ouviu uma risada de moleque vindo do corredor. Caminhou pé ante pé até o quarto de Lizete. Silêncio.

Em suma, é um livro legal, curto, próprio pra quem quer uma leitura rápida e boa. Mas eu não diria "relaxante"...

Ideval Junior

Capricorniano. Blgoueiro nos tempos livres. Adimirado pela sua Estante. 18 anos.

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