{Resenha} Estilhaça-me - Tahereh Mafi




Autor(a): Tahereh Mafi
Editora: Novo Conceito
Ano: 2012
Nº Páginas: 304



Juliette não toca alguém a exatamente 264 dias. A última vez que ela o fez, que foi por acidente, foi presa por assassinato. Ninguém sabe por que o toque de Juliette é fatal. Enquanto ela não fere ninguém, ninguém realmente se importa. O mundo está ocupado demais se desmoronando para se importar com uma menina de 17 anos de idade.Mas Juliette tem que fazer uma escolha: ser uma arma. Ou ser um guerreiro.


Ao iniciar a leitura deste livro, percebemos uma nova forma de narrar, a Tahereh escreve de uma forma que transmite ao leitor a loucura que a personagem central está sentindo, uma forma louca e estranha. A autora utiliza palavras rabiscadas e meio de frases, que serve para expressar um pensamento de Juliette, mas que não deve falar, ser somente um pensamento. Muitas palavras repetidas, frases longas sem vírgulas, pontos. Essas são umas das características da escrita de Tahreh. No início é difícil, mas depois se acostuma.

Meus pais pararam de me tocar quando passei a engatinhar. Fiz meus colegas de classe chorar só por lhes segurar as mãos. Os professores me faziam trabalhar sozinha para que eu não machucasse as outras crianças. Nunca tive um amigo. Nunca conheci o aconchego do abraço de uma mãe. Nunca senti a ternura do beijo de um pai. Eu não sou louca. [Página. 23]

Juliette desde criança não pode ser tocada por ninguém e ela não pode tocar em nenhum ser. Desde criança ela não recebe um abraço, não recebeu um carinho de seus pais, nunca teve amigos e era sempre alvo de bullying. O único sentimento que as pessoas tinham por Juliette era medo, e isso durou por 17 anos. 17 anos de solidão, 17 anos de represália, 17 anos se sentindo um monstro.

Há uma guerra, as pessoas estão com fome e sede, o mundo está destruído. O ''Restabelecimento'' que se ergue às custas do sofrimento das pessoas, do trabalho escravo, querem que Juliette seja uma grande arma letal. Warner, um garoto de 19 anos, frio, egocentro, egoísta, é o comandante do ''Restabelecimento''. E quer de qualquer modo, Juliette em sua patrulha de soldados, como uma grande arma.

O Restabelecimento nos prometeu esperança de um futuro melhor. Eles disseram que consertariam as coisas, eles disseram que nos ajudariam a voltar ao mundo que conhecíamos, [...] Mas eles roubaram tudo. Eles tomaram tudo. Minha vida. Meu futuro. Minha lucidez. Minha liberdade. [Página. 59]

Lendo sobre estes dois personagens percebi uma semelhança de Juliette e Warner com uns personagens da Marvel Comics, Juliette como a Vampira de X-Man e Warner como Sebastian Shaw.

Gostei da personalidade de Juliette, mesmo sendo torturada, maltratada, não aponta a culpa para as pessoas, ela não é tão revoltada quanto Katniss Everdeen(Jogos Vorazes). E ela julga a luxúria um crime irreparável em meio a tanta miséria no mundo. 

Sendo vigiada por Warner 24 horas, Juliette se vê em mais uma prisão, e com a ajuda de Adam, um velho amigo de escola de Juliette e atual soldado do Warner, criam uma relação, e tentam fugir daquele regime.

-Você não pode me tocar – sussurro. Estou mentindo; é o que não digo a ele. Ele não pode me tocar; é o que nunca direi. Por favor, toque-me; é o que quero lhe dizer.


A comparação entre 'Estilhaça-me' e 'X-Man', não são feitas apenas por mim, mas entre muitos outros leitores, e eu senti ainda mais esta semelhança no final do livro, que aliás me deixou com muita vontade de ler a continuação.

Criticando a atual sociedade, que em meio de tanta fome, usa a luxúria com meio de tampar isto, a autora vem conquistando muito leitores com a sua distopia. Recomendo este livro, que tem uma super capa, e uma diagramação ótima. A autora lhe prende até o fim, não só do livro, mas da série, pois estou louco pela continuação.

Obrigado , boa leitura e comenten : )



Ideval Junior

Capricorniano. Blgoueiro nos tempos livres. Adimirado pela sua Estante. 18 anos.

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