Alphas - A Série



Todos nós estamos mais do que cansados em saber que o tema “Seres Humanos Super Poderosos” está mais do que batido, não? Mas por mais que esse tema tenha se tornado um imenso clichê, há quem acerte ao usá-lo como centro de uma narrativa.
A série que trago hoje fala sobre tal tema, mas de uma forma diferente de Heroes, a série mais recente – creio eu – que aborda tal tema. Em Alphas essas habilidades são cientificamente explicáveis como uma disfunção neurológica. Tais seres humanos são considerados por uns como mais evoluídos do que as pessoas comuns, mas por outros como apenas uma aberração da natureza, quase uma doença, que deve ser contida e controlada.
Extinguida, se possível.
Não vou mentir: a trama deixa um pouco a desejar quanto à ação propriamente dita. Sabe quando você não sente a adrenalina ser liberada em seu organismo mesmo com perseguições e com o relógio ditando o quão mínimo o tempo é diante de uma determinada situação a se resolver? Então, esse é o caso. Mas, fora isso, Alphas é uma boa série, pois conta com bons personagens, uma boa estruturação quanto ao enredo e a verossimilhança ao misturar o real com o fantasioso.
Sabe aquele craque nos esportes? Aquela bailarina incrível? Aquele gênio do xadrez? Aquele atirador de elite? Aquele professor que parece saber tudo sobre tudo? Então, se você acredita nisso... meu caro, ele pode ser um Alpha!


Os Personagens Centrais
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 Dr. Lee Rosen (David Strathairn):


É um psiquiatra que, após determinado acontecimento em sua vida, decide estudar e compreender as habilidades incríveis que certas pessoas desenvolvem desde o nascimento das mesmas. Depois de anos de estudo, ele passa a chamar tais pessoas de Alphas.
O cara é tão entendido no assunto que passa a liderar uma equipe de Alphas, os quais prestam serviços “extracurriculares” ao governo americano. Com essa equipe, ele passará a rastrear, perseguir e capturar Alphas que, por um motivo ou outro, deixam de seguir as leis do país e colocam os demais cidadãos em risco. E é nesse serviço ingrato que surge a real ameaça, proveniente de uma organização terrorista composta por Alphas poderosos, os quais querem... bom, na verdade ninguém sabe o que eles querem, já que essa foi a pergunta deixada ao público com o final da primeira temporada.


- Gary Bell (Ryan Cartwright):


De longe, o meu personagem favorito no seriado todo. A primeira vista, Gary pode muito bem passar-se por um recém-saído da adolescência que sofre de esquizofrenia, mas a verdade é que ele está longe, muito longe disso.
Gary é como uma antena: qualquer tipo de informação transmitida por ondas eletromagnéticas é captada por ele, decodificada, compreendida e até mesmo localizada. É muito interessante a forma como ele lida com tais informações. Suas mãos nunca param, estando sempre se movendo em frente ao seu corpo como se ele interagisse com uma tela sensível ao toque, assistindo diante de seus olhos tudo quanto estiver disponível nos sinais recebidos por ele. Os efeitos visuais são fracos, mas não deixam a desejar: tudo torna ainda mais incrível o dom de Gary.
Como ele vê e ouve coisas que ninguém mais pode, movendo as mãos dessa forma estranha e falando sem parar sobre as informações recebidas, durante muito tempo ele foi diagnosticado como esquizofrênico, mas Dr. Rosen o encontra, percebe sua habilidade e acaba por empregá-lo em sua equipe escolhida a dedo.
Gary é muito retraído, cheio de manias que dão nos nervos de quem o cerca e é extremamente sincero. Pra mim, ele é um doce. Uma criança crescida.


- Cameron Hicks (Warren Christie):
Cameron trabalhava em um supermercado quando Dr. Rosen o encontrou, em uma de suas primeiras missões com sua equipe Alpha. Envolvido em um assassinato, Hicks acaba por ajudar a encontrar o verdadeiro culpado afim de provar a sua inocência, já que ele foi manipulado e forçado a fazer algo que jamais faria com plena consciência de seus atos.
A habilidade de Cameron está no perfeito equilíbrio entre sua mente e seu corpo, dando a ele a capacidade de uma mira precisa, um equilíbrio único e habilidades motoras impossíveis a um ser humano comum. Em um ambiente, Cameron consegue calcular em segundos as reações provenientes de mínimas ações e usá-las a seu favor. Como exemplo, relembro agora a cena onde ele derruba um garoto que fugia ao pegar um livro e lançá-lo rente ao chão liso na direção do garoto. O livro deslizou na velocidade exata pra que quando, em um dado momento, o garoto levantasse seu pé pra mudar o passo durante a corrida ele pisasse no dito cujo, perdendo o equilíbrio por isso. Ou então quando ele atirou em um painel, a bala ricocheteou e acertou precisamente em um ponto preciso no alvo que era o homem que segurava uma das parceiras de Hicks como refém.
Genioso, problemático e com uma grande dificuldade em receber ordens, Cameron se meterá em muitas confusões. Pra ser sincera, ele não é um dos meus personagens favoritos, mas as suas habilidades me fascinam.




- Rachel Pirzad (Azita Ghanizada):
O poder de Rachel é simples: realçar um de seus sentidos a níveis inimagináveis enquanto os demais são anulados. Simples ao explicar, claro, mas na prática... é incrível! Pra se fazer uma ideia, ela foi capaz, certa vez, de perceber através de uma gota de sangue que aquele não era o sangue de Dr. Rosen (numa situação que não posso explicar, ou daria spoiler demais), já que os tipos sanguíneos eram incompatíveis.
Ouvir com clareza uma conversa que está sendo cochichada há duas quadras de distância em meio a um infernal dia comercial em NY; sentir cheiros, separá-los e identificá-los com precisão; apalpar um tecido e dizer, exatamente, quais foram as matérias primas utilizadas pra fabricá-lo e quanto foi utilizado de cada uma; enxergar coisas absurdamente microscópicas sem utilizar nenhum instrumento próprio... são tantas as coisas que Rachel pode fazer que, se fosse pra enumerar, ficaríamos aqui um bom tempo.
Devido ao seu dom peculiar, Rachel não se dá bem com as pessoas que a cercam. Seus pais querem que a moça se case, assim como sua irmã mais velha, mas como Rachel o fará visto que não consegue suportar nem mesmo ser beijada? Pense bem: você gostaria de trocar saliva com alguém se pudesse ver cada germe que tal pessoa carrega? Nojento, não?
Dentre todos os personagens, a vida pessoal de Rachel é a mais explorada ao longo da história. Graças a sua sensibilidade, ela é, dentre os parceiros da equipe, aquela que mais consegue se aproximar e dialogar com Gary. Depois do Dr. Rosen, claro.




- Nina Theroux (Laura Mennell):
Já pensou se todos fizessem o que você bem quisesse, sendo necessário a você apenas pedir por isso? Bem, essa é a realidade de Nina, uma das Alphas sob o comando do Dr. Rosen: ela olha nos olhos do alvo, diz o que quer que essa pessoa faça e pronto! A pessoa vai lá e faz.
Antes de ser recrutada, Nina usava de suas habilidades pra se dar bem na vida, tanto que, mesmo trabalhando pelo bem geral, ela ainda mora num dos bairros mais caros, num apartamento extremamente luxuoso e sem pagar nada por isso. Além do que é possível ver Nina desfilar pelos episódios do seriado com uns carros caríssimos, os quais ela pegou emprestados por um dia. Emprestados... sei.
Desde o início, ficou mais do que claro o par romântico de Nina no seriado, por mais que eu quisesse que Rachel ficasse com ele. Não sou fã da Nina, e acho que o casal acabou por ficar muito insosso...
Quer saber qual é? Assista a série, meu caro leitor.


- Bill Harken (Malik Yoba):
Além de adorar atormentar Gary de uma forma muito amigável, Bill possui a habilidade de aumentar sua força física ao concentrar-se devidamente. Ex-agente do FBI, ele foi expulso logo depois de dar um simples empurrão que acabou por resultar em muitos ossos quebrados em um colega de trabalho, o qual estava mesmo muito a fim de encher as paciências do rapaz.
Não há muito o que falar de Bill, na verdade, ou eu estaria dando spoiler demais quanto a série. Bem, ele é a força bruta, mas também é o cara da ação (esse posto ele disputa com Hicks, claro), tendo conhecimentos de busca, perseguição e confrontos diretos, já que uma vez ele já trabalhou diretamente com isso.
Além das habilidades dos personagens centrais, existem muitas outras que serão retratadas e explicadas de uma forma muito científica durante a série. Dr. Rosen não deixa por menos quando encontram novos Alphas em suas missões: ele faz questão de explicar tudo, deixando o telespectador a par de como tudo acontece. Além do quão interessante isso se torna, a série, que a princípio se mostrava um tanto quanto insossa, acaba por ficar movimentada, a trama se tornando muito mais elaborada a cada episódio.
Digo sem hesitar que a primeira temporada acabou em um momento crucial. A nós que assistimos todos os episódios resta esperar pela sequência. Não quer fazer parte desse “nós” também não?
Fontes:
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Ideval Junior

Capricorniano. Blgoueiro nos tempos livres. Adimirado pela sua Estante. 18 anos.

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