Autor(a): Katherine Neville
Editora: Rocco
Ano: 2010
Número de Páginas: 678
Com personagens que se movem como peões num tabuleiro, 'O Enigma do Oito' conta a história do lendário xadrez de Carlos Magno, escondido durante mais de mil anos e desenterrado na Abadia de Montglane, nos Pirineus, às vésperas do início da Revolução Francesa. Quase 200 anos depois, na década de 1970, em Nova York, uma especialista em informática se vê envolvida num perigoso jogo, iniciado dois séculos antes, quando o xadrez deixou a Abadia. Um romance de ação, suspense e mistério, no qual cada reviravolta é uma jogada de mestre.
Antes de tudo, acho que é relevante dizer que esse livro é um dos mais bem planejados que eu já tive o prazer de ler. Também é relevante alertar os impacientes: se você quer ler essa história, é bom ter uma grande paciência reservada para ele.
O livro conta, paralelamente, duas histórias que, no início, parecem completamente diferentes, mas com o passar das páginas, é perceptível que elas estão relacionadas uma a outra e ligadas à mesma coisa: o Xadrez de Montglane.
O xadrez foi um presente dado a Carlos Magno no século VIII. Mas o Xadrez de Montglane não era um xadrez comum. Todas as suas peças eram feitas de jóias raras e caras e, além disso, diziam que era amaldiçoado e que existia uma fórmula secreta nele.
A pessoa que tiver o Xadrez terá acesso a essa fórmula, que contém um segredo e um poder inimaginável. Assim, todas as suas peças e pedaços do tabuleiro foram enterrados pelos chãos e paredes da abadia de Montglane. Cerca de dez séculos depois, foi aprovada a Lei do Confisco, que permitia a Igreja tomar os bens da abadia, que incluia o Xadrez.
Para evitar que o Xadrez fosse reunido novamente, a abadessa distribui as peças e o tabuleiro entre as freiras e duas noviças, Mireille e Valentine, personagens principais de uma das histórias paralelas do livro, para que as espalhassem pelo mundo, de um modo que nunca fossem reunidas outra vez. Entretanto, a abadessa, acidentalmente, manda as duas em direção ao bispo de Autun, homem que criou a Lei do Confisco e que estava interessado no Xadrez e na sua fórmula, forçando as duas noviças a enfrentaram inúmeras dificuldades para proteger o Xadrez.
Em capítulos alternados, Katherine Neville conta a história de Catherine Velis, executiva do século XX, "amiga" de Lily Rad, uma enxadrista neurótica que convida a companheira para acompanhá-la num torneio de xadrez. As coisas começam a complicar quando o oponente de um soviético é encontrado morto num banheiro próximo ao local do torneio. Os fatos mostram-se ligados a Velis e Rad, que foram alvo de um atirador quando estavam saindo do torneio.
Nesse momento, as duas entendem que se encontram num jogo em que cada jogador é uma peça de xadrez que realiza as melhores jogadas para atingir seus objetivos, que encontram-se relacionados a um misterioso, antigo e estranho tabuleiro de xadrez...
Com uma trama fantástica, mistérios e enigmas, O Enigma do Oito mostra a história de pessoas reais e fictícias, misturando acontecimentos verídicos e inventados pela autora, e como inúmeras pessoas esforçaram-se para obter o Xadrez e colocar as mãos na sua fórmula, além de mostrar como a história das freiras e a da especialista em informática são conectadas.
Em um final incrível, todas as tramas se encaixam e todos os enigmas são resolvidos, terminando um dos melhores livros que a pessoa que vos escreve já leu.
Abaixo, um book trailer.
Design do livro: 7 (capa meio confusa, que levou muitas pessoas que me viam lendo olharem e lerem "O Enigma do Cavalo").
Desenvolvimento: 8.
Originalidade: 10.
Leitura: 8 (precisa de bastante paciência, mas, por outro lado, é muito difícil de colocar o livro de lado).
