{Resenha} A Mulher de Preto - Susan Hill



Autor(a): Susan Hill
Editora: Record
Ano: 1983
Número de Páginas: 207

Este é um livro para quem gosta de sentir frio na espinha. Não é uma história de terror. Também não se trata de um simples suspense. É a narrativa de um homem perturbado, cuja história permaneceu oculta sob lágrimas e pesadelos até que, com idade avançada, ele foi enfim capaz de exorcizá-la, repousando-a em um relato que jamais deveria ser lido. Até hoje.







     Depois de anos a fio amando a série Harry Potter, é claro que eu queria ver o novo filme do intérprete do bruxo nas telas dos cinemas. O filme é ótimo, tem uma boa história e grandes sustos. Porém, melhor que o filme, só o livro.

     A história é simples: nada de tramas complexas ou análises profundas de personagens. Entretanto, com essa trama simples, a autora conseguiu escrever um livro que te prende a cada movimento ou barulho inesperado ao redor de Arthur - e que te faz pular quando é ao seu redor.

     O começo do livro retrata o entusiasmo de Arthur Kipps em ir numa viagem a trabalho em Crythin Gifford, na Inglaterra, para separar os documentos da falecida Sra. Drablow, uma mulher solitária e triste que deixou somente uma casa totalmente excluída do resto da vila.

     Ao chegar, Arthur se vê numa estranha situação. Além de ter que passar muito tempo na enorme e reclusa casa, ninguém gosta de falar dela nem da antiga família que lá vivia, muito menos do jeito que os moradores morreram. Isso deixa o jovem advogado curioso e atraído pela moradia.

     Entretanto, as coisas começam a complicar depois que o homem começa a viver experiências aterrorizantes para qualquer pessoa. Barulhos, luzes se apagando, portas se abrindo sozinhas... e o mais assustador: a visão fantasmagórica de uma mulher vestida de preto, a mesma que apareceu no enterro da antiga proprietária da casa.

É verdade que os sons medonhos que escutei durante a neblina haviam me perturbado, mas muito pior era o que emanava dessas coisas e as cercava, e que por sua vez acabou por me desestabilizar, um clima, uma força - não sei muito bem do que chamar - de mal e impureza, de terror e sofrimento, de maldade e ressentimento.

     A partir daí, Arthur se vê decidido a ir até o fundo do mistério da morte da Sra. Drablow e do porquê daquele fantasma estar assombrando suas tardes de trabalho e noites de sono.

     Apesar de tudo isso, não espere uma história de terror como a dos filmes modernos. Deve-se lembrar que o livro foi escrito há muito tempo atrás, portanto há uma concepção de terror diferente da moderna. Como a própria sinopse diz, não é um livro de terror, mas também não é um simples suspense. É a narrativa de um homem que sofreu experiências perturbadoras. Uma narrativa angustiante e aterrorizante, mas não deixa de ser impressionante.

Design do livro: 7 (achei o rosto do Radcliffe meio nada a ver, mas a face atrás dele, que eu aposto que você não tinha percebido, deu um aspecto legal).
Desenvolvimento: 9 (a história anda rápido e flui suavemente).
Originalidade: 8 (todo mundo já viu histórias com casas e fantasmas, mas como essa foi escrita há vários anos...)
Leitura: 6 (como é narrado em primeira pessoa, ficamos a par de todo o sofrimento de Arthur, o que torna a leitura um pouco angustiante)












Ideval Junior

Capricorniano. Blgoueiro nos tempos livres. Adimirado pela sua Estante. 18 anos.

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